Depois de cinco anos de restauro retorna à Galeria Uffizi a “Adoração dos Magos” de Leonardo da Vinci, uma obra de arte inacabada do artista, encomendada a Leonardo pelos monges agostinianos de San Donato a Scopetto, uma igreja de Florença não mais existente.
A igreja fazia parte de uma Abadia situada em Florença nas proximidades da região de Bellosguardo e de Porta Romana (porta medieval remanescente da cidade). A igreja foi completamente destruída em 1529 na ocasião do Assedio de Florença e hoje o que resta dela (pórtico) pode ser visto na fachada da Igreja de San Jacopo Soprarno em Florença.
A obra de Leonarco permanece inacabada devido ao transferimento do artista a Milão no ano de 1482. Após uma longa espera, os monges encomendam outra obra com o mesmo tema a Filippino Lippi finalizada em 1496 que se encontra também na galeria.
Adoraçao dos Magos de Leonardo da Vinci,1481. Obra restaurada.Adoraçao dos Magos de Filippino Lippi, 1496
As duas obras estão expostas na mostra “Il cosmo magico di Leonardo da Vinci” na Galeria Uffizi inaugurada no dia 28 de março de 2017 e fica ate de 24 de setembro, com o retorno da Adoração de Leonardo da Vinci à Galeria. Junto aos quadros, dois vídeos contam o periodo historico e a realização da tela por Leonardo, bem como o processo de restauração da obra de arte.
A “Adoração dos Magos” permanece inacabada e no estado monocromo, com aspecto ilegível principalmente pelo fato de ter recebido ao longo dos séculos, varias camadas de verniz. Após um trabalho minucioso a restauração conservativa foi finalizada e estas camadas foram removidas com técnicas modernas pelo Laboratório de restauro do Opificio delle Pietre Dure de Firenze.
O gênio havia previsto um grandioso cenário prospectivo com vários episódios e cenas complexas com homens, cavalos, arquiteturas. Uma composição de grupos isolados numa mesma tela, rica de significados simbólicos e que serviram posteriormente de inspiração para outras obras realizadas pelo artista.
Adoraçao dos Magos de Leonardo da Vinci – detalhesAdoraçao dos Magos de Leonardo da Vinci – detalhesAdoraçao dos Magos de Leonardo da Vinci – detalhes
Segundo estudiosos, os êxitos do restauro mostram diversas modificações do artista que desenhou tudo a mão livre sem o uso de um desenho preparatório.
No detalhe: Nossa Senhora e o menino Jesus
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A Itália è um país riquíssimo em todos os seus aspectos culturais. Como sabemos o território italiano conta não somente com um patrimônio artístico inigualável, mas apresenta uma das gastronomias mais famosas do mundo e um vasto território rico em maravilhas naturais, festas e costumes locais.
A Toscana é sem dúvida uma das regiões italianas expoentes deste rico patrimônio cultural, terra de Dante Alighieri, Galileu e Michelangelo, e para os amantes de vinho, encontramos uma vasta produção dos melhores italianos, entre eles os vinhos Chianti Clássico, Vernaccia, Bolgheri e Brunello di Montalcino.
Badia a Passignano, Chianti
O território conta ainda com percursos lúdicos para crianças e toda a família além de oferecer uma costa marítima belíssima, com ilhas e praias de grande beleza natural.
Parque do PinocchioPraia do Parque Regional da Maremma, Toscana.
Em Florença, berço do Renascimento e cidade das artes, personagens e artistas fizeram história com as artes figurativas, a ciência, a literatura, a política e a música. Nasceram, viveram, ou passaram por aqui, nomes como Dante, Brunelleschi, Michelangelo, Galileu, Petrarca, Leonardo da Vinci, Rafaello.
As inúmeras obras de arte presentes em alguns dos museus mais importantes da Europa, como è o caso do célebre David de Michelangelo ou da Primavera de Botticelli, encontram-se em palácios imponentes no centro histórico de uma cidade fascinante que respira arte e arquitetura.
Primavera de Botticelli, Galeria Uffizi, Florença.
Cidades medievais, campos de girassóis, rolos de feno dourados e ciprestes gigantes são as imagens que nos vem em mente quando pensamos em Toscana. Mas a aventura não para por ai, pois é possível visitar um percurso lúdico e de descobertas fantásticas como um passeio pela Florença medieval e mitológica, uma visita ao Museu de Galileu onde estão expostas as revolucionárias descobertas científicas deste grande astrônomo, e ainda, um tour pela cidade natal do grande artista e inventor Leonardo Da Vinci para conhecer a casa onde este grande gênio nasceu e o museu onde estão expostas as máquinas idealizadas pelo grande cientista, matemático e engenheiro italiano!
O Homem Vetruviano de Leonardo da Vinci. Vinci, Toscana.
O centro histórico de Florença é o segundo centro histórico italiano protegido pela Unesco (1982), depois de Roma (1980); e o quarto bem da lista geral de 49 bens tombados na Itália.
A Firenze romana
Ocupada em 59 a.C. pelos romanos e concebida como acampamento militar às margens do rio Arno, Florença (Firenze em italiano) apresenta uma conformação urbana ainda hoje perceptível pela sua malha quadricular e dividida pelos eixos cardus e decumanos, respectivamente as principais vias norte-sul e leste-oeste, fundamentais na conformação urbana das colônias romanas.
A toponímia em algumas áreas da cidade é facilmente perceptível na porção oriental da cidade dantesca bem como nas proximidades do rio Arno.
Maquete da cidade de Florença mostrando a remanescente malha urbana romana ainda existente na conformaçao das vias.
Localizada na porção sul da antiga cidade romana, a Piazza della Singoria palco de feitos históricos da cidade de Florença é considerada um verdadeiro museu a céu aberto e ainda hoje sedia manifestações e festas tradicionais da cidade.
O periodo medieval
No século XIII Florença è um dos centros econômicos mais importantes da Europa com aproximadamente 100.000 habitantes e graças e este desenvolvimento a cidade ganha um “piano regolatore” supervisionado por Arnolfo de Cambio que é quem “redesenha contemporaneamente o centro e a periferia”.[1]
Arnolfo de Cambio é assim neste período o arquiteto responsável pelo projeto do Palazzo dei Priori (atual Palazzo Vecchio), bem como por outras edificações importantes da cidade como a Catedral Santa Maria del Fiore e a Igreja de Santa Croce.
O Palazzo Vecchio edificação dominante na Piazza della Signoria marca o polo destinado à vida civil, mantendo sua função de sede política e administrativa até os dias atuais (hoje funciona como sede da prefeitura de Florença e do Museu do Palazzo Vecchio).
Palazzo Vecchio
Ao longo do século XIV a praça garante sua conformação durante a construção do palácio público que só é possível graças à demolição de edifícios medievais pré-existentes.
Além do palácio público a outra edificação arquitetônica que estabelece a conformação deste espaço urbano como um grande museu a céu aberto é a “Loggia della Signoria” construída entre o terceiro e quarto quartéis do século XIV com o intuito de garantir lugar às cerimônias públicas e arengar a multidão durante os eventos oficiais, definindo o aspecto da praça como espaço cívico e político.
Certamente este objeto arquitetônico representado pela loggia, antecipa a utilização de elementos da arquitetura renascentista, como é o caso do arco pleno, e serve de inspiração à Brunelleschi que ali cresce.
Loggia “dei Lanzi” ou “della Signoria”
Giotto, no inicio do século XIV é capomastro do Duomo de Florença na concepção de seu campanário gótico , mas sera brilhante como grande pintor atuando na aplicação na de uma perspectiva intuitiva, se posicionando quase como um antecipador da revolução renascentista, com um pensamento inovador e de uma expressão mais real e naturalistica.
O Renascimento
Se pensarmos no movimento artístico que se desenvolveu em Florença no período que antecipa a primeira fase do Renascimento e nas primeiras décadas do século XV, é possível destrinchar no mínimo alguns dos momentos mais importantes do período artístico.
Donatello que já nos primeiros anos vai à Roma em companhia de Brunelleschi para estudar os monumentos “antigos” já tendo sido contratado para desenvolver alguns trabalhos para a Catedral Santa Maria Del Fiore, e ainda, com Masaccio na produção da celebre Trinità na Igreja de Santa Maria Novella, que de forma brilhante e pioneira aplica na pintura os estudos brunelleschianos relativos à perspectiva.
Este complexo espaço que é a praça dialoga com as obras primas da escultura renascentista presentes atualmente e datadas entre os séculos XV e XVI (originais e cópias), locadas em momentos históricos diferentes, e que são de fundamental importância para a concepção atual deste espaço urbano. Só para citar algumas delas: o Perseo de Benvenuto Cellini, o Rapto das Sabinas do maneirista Jean de Boulogne, o grupo escultórico de Hercules e Caco de Baccio Bandinelli. As demais esculturas localizadas na Loggia della Signoria, com exceção da base do Perseo, são originais ou cópias romanas de originais gregos.
Estatuas da Loggia della Signoria
O espaço assim cria sua imagem, como uma monumental galeria de esculturas, posicionadas não somente em frente ao Palazzo Vecchio, mas também dentro do espaço conformado pela loggia que no final do século XVIII recebe seus últimos exemplares antigos, entre eles esculturas romanas provenientes da Villa Médici de Roma.
[1] BENEVOLO, 1993, p. 53.
Fotos e texto de Luciana Masiero. Texto parcial do artigo da autora publicado no Forum do Patrimonio: Paisagem 2014.
O Museu Gucci de Florença tem sede no edifício que foi destinado no século XIV ao Tribunal da Mercadoria (Mercanzia em italiano) localizado na histórica Piazza della Signoria, no coração histórico de Florença e fundado sobre as ruínas do antigo teatro romano de Florentia graças aos comerciantes de tecidos, produtores de lã e tecelões de seda da cidade, e se transforma em uma base administrativa muito potente que contribuí à ascensão de Florença enquanto centro comercial e cultural no Renascimento europeu.
Este tribunal era composto por seis advogados estrangeiros e seis conselheiros da cidade de Florença, escolhidos pelas guildas ou “corporações das Artes maiores de Florença”, para avaliar as causas entre os mercantes florentinos em qualquer parte do mundo e as controvérsias comerciais entre os componentes das corporações das “Artes de Florença”.
Antigamente a sala a Audiência deste imponente palácio possuía obras de importantes artistas do renascimento e que hoje se encontram no museu Galleria degli Uffizi. Os artistas são os irmãos Pollaiolo e Sandro Botticelli, que pintaram entre os anos de 1469 e 1470 uma série de virtudes (da esquerda para a direita): Esperança, Caridade, Fé, Justiça, Prudência, Temperança, dos irmãos Pollaiolo e a Fortaleza de Botticelli.
Ainda é possível ver na fachada a escrita: Omnis sapientia a Domino Deo est (Toda a sabedoria vem do Senhor Deus). E ainda uma imagem do Redentor esculpida em pedra e todos os estemas das corporações das Artes de Florença.
Fachada do antigo Tribunal da Mercadoria e atual Museu Gucci
O edifício sofreu uma importante restauração em 1905, e novamente para a inauguração em 26 de setembro de 2011 como sede do Museu Gucci, aberto em ocasião do 90° aniversario da marca florentina Gucci.
No decorrer dos séculos, o Palácio da Mercadoria hospedou muitas figuras ilustres, desde altos funcionários a membros da família Médici. Mas é a sua veste atual de sede do Museu Gucci que reflete a sua origem enquanto ponto de referencia para a arte e o artesanato de Florença.
O museu é composto por uma elegante cafeteria e restaurante uma gift shop e store com uma serie de produtos exclusivos da marca e uma livraria no andar térreo do edifício composta por um vasto elenco de publicações dedicadas a arte, moda, fotografia e arquitetura.
No pavimento térreo uma coleção de brasões pertencentes às antigas corporações das artes dispostos ao lado do brasão da família Gucci, uma homenagem nos anos 50 a provável descendência da família composta por antigos artesãos da renascença de selas de cavalos.
Nos andares superiores o museu ocupa três andares com um total de 1715 m2 contanto 90 anos de historia da Maison, cujos artigos de luxo em pele fez desta uma empresa líder no mercado.
Fonte das imagens: http://www.guccimuseo.com/it/
O acervo do museu documenta a herança criativa e cultural da família Gucci em um contexto cuja marca é profundamente ligada à capital da Toscana e encontra sua sede em um dos edifícios mais representativos da cidade, marcando um ponto de profundo contato na historia de ambos.
Esta em Florença e quer montar um percurso para conhecer o museu Gucci e obras de importantes mestres do Renascimento, com direito a um delicioso capuccino no café do museu? Entre em contato conosco clicando aqui!
Os etruscos eram um aglomerado de povos que viveram na península Itálica na região a sul do rio Arno e a norte do Tibre mais ou menos equivalente à atual Toscana com partes no Lácio e Úmbria.
Desconhece-se ao certo quando os etruscos ali se instalaram, mas foi provavelmente entre os anos 1 200 a.C. e 700 a.C.. Nos tempos antigos, o historiador Heródoto acreditava que os Etruscos eram originários da Ásia Menor, mas outros escritores posteriores consideram-nos itálicos. A língua que utilizava um alfabeto semelhante ao grego, era diferente de todas as outras e ainda não foi decifrada, sendo a religião diferente tanto da grega como da romana.
Fonte: wikipedia.
A origem dos etruscos permanece uma incógnita, embora existam várias teorias a respeito. Entre elas uma primeira, orientalista, que crê que os etruscos sejam provenientes da Lidia (Ásia Menor) por volta do século XIII a.C. com suas características orientais de religião e costumes, bem como que se tratava de uma civilização muito original e evoluída comparada com os seus vizinhos.
Uma segunda considera os etruscos como oriundos da península Itálica. Para argumentá-la, esta teoria explica que não há indícios de que a civilização etrusca tenha se desenvolvido em outros lugares e que o estrato linguístico é mediterrâneo e não oriental. Segundo Dionísio Halicarnasso um historiador e critico literário grego da Ásia Menor “(…) o povo etrusco não emigrou de parte alguma e sempre esteve aqui”...
A cidadezinha de Fiesole localizada a poucos minutos de Florença aparece no século IV como uma das mais importantes cidades etruscas da cordilheira do Apenino meridional Tosco Emiliano. Enquanto cidade etrusca era aliada de Roma até que no século 90 a.c. após a “Guerra dos aliados” e da ocupação romana nasce Faesulae colônia romana cuja acropoli era localizada na parte mais alta da colina onde hoje se encontra o atual convento Franciscano.
Teatro romano de Fiesole. Fonte: Wikipedia.
A cidade prospera até as invasões bárbaras e a partir de 492 os bispos de Fiesole dominam politicamente a cidade durante o Alto Medievo, no período Bizantino e Longobardo, sendo que com este ultimo inicia a decadência de Fiesole paralelamente ao crescimento econômico e político de Florença.
Uma primeira destruição de Fiesole pelos florentinos acontece em 1010 e no século sucessivo Fiesole passa definitivamente ao domino da vizinha “città del giglio”.
Para quem visita a cidadezinha é possível conhecer entre outras atrações e museus, o teatro romano e o que restou das antigas termas e do templo etrusco-romano.
Para maiores informações ou para uma visita guiada na língua portuguesa em Fiesole, clique aqui.
Bem vindos a Città del Giglio, um blog feito especialmente para contar um pouco sobre esta fascinante cidade centro das artes e dos ideais humanistas do século XV. Berço do Renascimento, Florença traz consigo, entre outros vários símbolos, a flor de lis, em italiano giglio, sendo assim conhecida como a “città del giglio” !
Vista de Florença a partir do Piazzale Michelangelo, o mirante da cidadePonte Velha, Rio Arno e um fim de tarde iluminado!Por do sol em Florença e a cúpula de BrunelleschiVista noturna da cidade a partir do Piazzale Michelangelo
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Luciana Masiero
Me chamo Luciana Masiero, sou mineira e vivo em Florença desde 2006.
Arquiteta de formação com experiência profissional no campo do patrimônio e da preservação cultural, me aventurei no trabalho de guia de turismo em Florença e arredores e acompanhando grupos privados pela Toscana.
Atuar em um território tão rico de arte, tradições e rica gastronomia é um privilégio! Minha proposta é proporcionar uma experiência única para quem vem conhecer a Toscana comigo através de passeios diferenciados e percursos autênticos!
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