A Fattoria Le Mortelle esta localizada na região da Maremma na Toscana (Província de Grosseto) a 10 km do centro de Castiglione della Pescaia (e de Castiglione della Pescaia falaremos em um proximo artigo!), uma das praias mais charmosas do balneário toscano (reconhecida pela qualidade ambiental e turística na classificação do Touring Club italiano e da Legambiente).
A área já fazia parte de um complexo maior individualizado em mapas cartográficos da época do grão-duque austríaco Leopoldo II na metade do século XIX. A família austríaca Asburgo Lorena realiza na região da Maremma a chamada bonifica (melhorias de áreas insalubres transformando a terra em terreno produtivo e fértil) nas áreas de pântano e brejo, dando impulso à criação das raças bovinas típicas da Maremma, juntamente com o desenvolvimento da agricultura local.
A empresa Le Mortelle foi comprada pela antiga e tradicional família Antinori (grande produtora do vinho Chianti e outros) no ano de 1999 com a certeza de que a área fosse altamente produtiva para a realização de bons vinhos. Mortella é o nome do Mirto selvagem (Myrtus communis), um arbusto caracteristico das zonas costeiras do mar Mediterrâneo que foi adotado como símbolo da fattoria (fazenda).
A fattoria se encontra no coração da Maremma e possui 270 hectares de terra dos quais 160 hectares são destinados à cultivação de uvas em sua maioria Cabernet Sauvigon e Sangiovese, além de espécies de uvas brancas como a Vermentino, Ansonica e Viognier.
A vinícola apresenta um projeto arquitetônico de vanguarda inserida no terreno com o menor impacto ambiental possível, construída com materiais naturais e com a técnica de termo-regulação das rochas na parte subterrânea. A estrutura tem forma cilíndrica como os hipogeus, do grego hypo (abaixo) e gaia (terra), monumentos subterrâneos do período pré-Cristão e é disposta em três níveis assim dispostos: recebimento das uvas, vinificação, estoque e envelhecimento em barris de madeira no subterrâneo.
Esta especifica forma arquitetônica permite que sejam utilizadas as melhores tecnologias para a produção do vinho, como o sistema “per caduta”, ou seja, de cima para baixo, desde a chegada da uva no pátio superior, seguindo com o processo de vinificação na parte intermediaria em gigantescos barris de aço inox, ate o envelhecimento do vinho na parte subterrânea em barris de madeira.
Um dos aspectos construtivos que caracterizam esta cantina é a iluminação dosada por meio e fendas laterais na construção e uma abertura central na cobertura projetada sobre uma escada helicoidal que ilumina funcionalmente todos os níveis.
O forro da cobertura é constituído por uma estrutura de laminas de madeira e aço que coincide externamente com a parte mais alta da colina. Isso permite não somente de utilizar o sistema de movimentação do ciclo produtivo “per caduta”, mas também um melhor controle de qualidade e uma significativa eficiência energética de todo o sistema.
A água usada na vinícola nos vários processos é reutilizada e recolocada no ambiente por meio de um ciclo natural de fitodepuração e a energia é derivada exclusivamente de fontes de produção renováveis, caracterizando assim a vinícola como auto-sustentável.
Tive o prazer de almoçar na vinícola e fazer toda a visita com a demonstração do processo de vinificação. O ambiente da vinícola e lindíssimo, com um jardim de figueiras e um pergolato verde onde se degusta pratos deliciosos da casa! De dar água na boca!!
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